quarta-feira, 21 de março de 2012

Recordar é Viver: Em 2011 Madureira bate Boavista de virada e se livra do rebaixamento

Estréia da nova coluna : RECORDAR É VIVER
Nesta coluna lembraremos fatos que aconteceram com o Madureira em competições anteriores, podendo ser fatos do passado recente como 1 ou 2 anos atrás, ou fatos muito antigos como dos primórdios da história do clube.



Rio de Janeiro, 09 / 04 / 2011  - Madureira bate o Boavista de Virada e permanece na Série A.

Era um dia de muita expectativa nas cercanias do bairro mais populoso do Rio. O Tricolor Suburbano havia começado mal sua jornada no estadual de 2011 tendo conquistado apenas uma vitória na Taça Guanabara. O segundo turno porém, foi melhor. Uma semana antes do acontecido, o América, lanterna do campeonato na ocasião, havia sido derrotado pelo Madureira em Conselheiro Galvão e estava rebaixado com 2 rodadas de antecedência. A vice-lanterna do campeonato era da Cabofriense, mas alguns outros times tinham ainda chances matemáticas de cair. Um desses times era o nosso Madureira. Depois da vitória sobre o América, mais 3 pontos deixariam o tricolor completamente livre de qualquer risco de queda. Por isso, a torcida, agitada e apreensiva, comparecia em bom número ao estádio naquele saudoso 9 de abril. 
O Boavista, adversário daquela partida, havia sido vice-campeão da Taça Guanabara (Eliminou o Fluminense na semi-final nos penaltis e perdeu a final para o Flamengo por 1 x 0) e ainda sonhava em repetir o feito na Taça Rio, mas para isso seria preciso vencer o Madureira. 
Não faltou nenhum ingrediente necessário para um jogo polêmico e emocionante.
Com os dois times buscando a vitória, o expectador que compareceu ao Aniceto Moscoso via um jogo bem jogado e bastante disputado. Aos 27 da etapa inicial, o juiz inventou um pênalti para o time da Região dos Lagos. O jogador do Madureira havia entrado de carrinho de maneira limpa, tocando na bola, mas o soprador de apito optou por marcar a suposta infração. Paulo Rodrigues cobrou a penalidade e não deu chances ao nosso goleiro Cléber: Boavista  1 x 0 !
Os corações tricolores presentes começavam a pulsar mais agitadamente. O nervosismo se abatia sobre Conselheiro Galvão. Será que os Deuses do futebol não deixariam o Madureira escapar do rebaixamento? Será que o tricolor teria que decidir sua permanência na Série A na última rodada jogando contra o Resende no Estádio do Trabalhador?
Com a desvantagem no placar, nosso imortal tricolor buscava o ataque, mas não podiam contar com uma boa arbitragem que insistia em não marcar nada a favor do Madureira e tudo a favor do Boavista. Sendo assim, o primeiro tempo terminou com a vitória parcial do time verde.
A segunda etapa veio para mostrar que muitas emoções ainda estavam por vir. Para piorar nossa situação, o árbitro expulsou Abedi! Parecia o fim! 
Mas apesar da desvantagem numérica, o Madureira se mostrou valente e guerreiro jogando para cima do adversário. Quem olhasse nem perceberia que o Boavista tinha um jogador a mais!
Apesar da valentia de ambas as equipes que faziam do jogo um verdadeiro espetáculo, o árbitro Felipe Gomes Silva continuava deixando de marcar qualquer infração a favor do time da casa e todas a favor do visitante. A torcida do Madureira se irritava e aos poucos até mesmo nosso presidente Elias Duba ia perdendo a paciência. O auge do nervosismo se deu na parada técnica por volta dos 20 minutos, quando nosso presidente entrou no campo e, colocando o dedo na cara do árbitro, tirava satisfações com ele e com seus auxiliares. A torcida, sentindo-se mais inflamada com a presença do presidente no gramado logo começava a gritar: "Duba! Duba! Duba!", dando força ao dirigente para que cobrasse uma boa atuação do juiz.
Após este fato, o árbitro passou a marcar as infrações a favor do Madureira e apitar corretamente o jogo. 
O tecnico Antônio Carlos Roy, lançou o atacante Maciel no time do Madureira. Aos 33, o goleirão Cleber deu um chutão na pelota que sobrou para Maciel. O atacante tricolor disparou com velocidade e tocou na saída do goleiro empatando o jogo! Gritos e comemorações nas arquibancadas! O dia parecia clarear para torcida madureirense!
Aos 38, o juiz expulsou um atleta do Boavista deixando os dois times em igualdade numérica. Com isso, o Madureira encontrou mais espaço para jogo e aos 45 minutos, perto do fim da partida, Valdir cobrou escanteio e deixou a bola na cabeça de Douglas Assis que mandou a pelota para as redes: Virada tricolor! Vitória na raça! Um 2 x 1 que deixou a torcida em êxtase e acabou de vez com qualquer risco de rebaixamento para o Madureira.


Conto hoje, com saudade, sobre esta emocionante partida, pois no próximo sábado, 24 de março de 2012, enfrentaremos novamente o Boavista em Conselheiro Galvão em jogo de fundamental importância para afastar o risco de rebaixamento. Desta vez, nossa situação está pior que no ano passado. A vitória não nos livra totalmente da queda. Porém, o confronto de 2011 que narrei aqui foi realizado na 7ª rodada da Taça Rio, e este confronto do próximo sábado será apenas a 5ª rodada do mesmo torneio.
Se a vitória não nos livra por completo ainda, tenho certeza que seria um grande passo rumo a permanência na Série A.
Infelizmente nosso time atual muito difere deste time de 9 de abril do ano passado. Não tanto nos nomes, mas principalmente na disposição. Enquanto nosso time atual parece rifar a bola de maneira displicente como se estivessem todos sem a menor vontade de jogar e pensando no que fazer depois da partida, o time do ano passado mostrou um fantástico poder de superação, nunca deixando de acreditar e lutando até o fim para conquistar a vitória! Fazendo uma analogia com a literatura brasileira, se nosso time do ano passado era um Peri, o time atual é um Macunaíma.

9 de abril de 2011 foi um dia muito bom para o Madureira e para mim. Na ocasião do jogo conheci o Diego, grande companheiro de torcida e de cerveja com quem sempre faço a tradicional resenha esportiva pós-jogo dentro do 639.  No mesmo dia conversei pela primeira vez com o "Surdinho", um dos mais tradicionais torcedores do Madureira e grande figura que além de apoiar o time, provoca grandes risadas na torcida ao longo do jogo com seus comentários.
Ainda neste mesmo dia, após o jogo, com a alegria da vitória, parti para o outro lado da linha do trem, onde encontrei minha amada que hoje não vejo mais. Na época, tudo estava bem.
Seja pela magistral vitória tricolor, seja pela minha amada....o certo é que 9 de abril de 2011 deixa muitas saudades....mas em meio as saudades, resta a esperança de que se houve um dia como este que vos falo, outros como ele poderão vir....e trarão, se não a minha amada de volta para mim, momentos de superação para o glorioso Madureira Esporte Clube nos dias futuros que como nos dias passados, ao contrário dos dias presentes, o Madureira se portou como Madureira: O Imortal Tricolor Suburbano que jamais desiste da vitória!

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